Vacina contra o HIV chega à última fase de testes pela primeira vez em mais de 10 anos



 Pelas últimas estatísticas da UNAIDS, cerca de 1,7 milhão de pessoas se contaminam por ano com a HIV e, infelizmente, a ciência até hoje não conseguiu aprovar um tratamento de fato eficiente. Mas segundo dados liberados recentemente, isso pode mudar.

É que a Janssen a empresa farmacêutica da Johnson & Johnson, anunciou que uma vacina contra o HIV chegou à última etapa dos ensaios clínicos. Essa fase 3 é a mais importante, pois determina o poder imunizante da dose. É uma conquista muito importante, já que há pelo menos 10 anos nenhum outro tratamento havia chegado em estágios tão avançados de pesquisa e teste.

Laços vermelhos colocados em ponte de Pamplona pela Associação Sare, que dá apoio a pessoas infectadas, e pela Comissão Anti-AIDS de Navarra por ocasião do Dia Mundial de Combate à AIDS.JESÚS DIGES / EFE

Vacina utiliza mesma tecnologia imunizante do coronavírus

Parte dos avanços se deu no segundo semestre de 2020, quando pesquisadores da Janssen testaram tecnologias diferentes na vacina. Eles utilizaram o mesmo princípio imunizante usado na vacina contra a Covid-19, da fabricante, obtendo respostas positivas na maioria dos voluntários.

A tecnologia aplica um adenovírus – grupo de vírus que normalmente causa doenças respiratórias – com estrutura modificada para transportar, até o interior das células do indivíduo, o DNA de suas proteínas mais representativas, de modo que o organismo crie anticorpos contra elas.

Foto: Marcelo Camargo | Agência Brasil Arquivo

O tratamento contra HIV da Janssen inclui, na verdade, duas vacinas que deverão ser aplicadas na população. Uma possui 3 proteínas imunizantes e a outra 4. Quando se misturam, elas formam o que a ciência chama da mosaico, provocando o resultado esperado.

Esta terceira fase deve durar de 24 a 36 meses, onde os pesquisadores verificarão a permanência e a intensidade da vacina no organismo humano. A partir daí, poderá ser definido pontos essenciais, como o tempo de revacinação, por exemplo.

Os voluntários já estão sendo recrutados. José Moltó, da Fundação de Luta Contra a AIDS (FLSida, na sigla em espanhol), com sede em Barcelona, é um dos médicos que vão participar do teste. Ele também ajudou a recrutar outros 250 voluntários no país. Já em outras nações, a Janssen fará o cadastro de 3.800 pessoas para testar a vacina.

Agora é se manter na torcida para que a vacina continue tendo ótimos resultados e possamos dar esse passo tão esperado!

Fonte: El País

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