Em quatro anos, empresa investigada pelo GAECO faturou mais de R$ 21 milhões com licitações em cidades da Paraíba; confira lista
Foram exatamente R$ 21.154.152,70 arrecadados pela Meta Investimentos, que atuava com o fornecimento de uma grande variedade de produtos. (Foto: Fotos Públicas/Arquivo) |
Em quatro anos, a empresa investigada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), Meta Investimentos, faturou mais de R$ 21 milhões com licitações em municípios da Paraíba.
A informação foi apurada pelo ClickPB nesta quarta-feira (23), dia em que o Gaeco e outros órgãos deflagraram a Operação Feira de Mangaio, que investiga as irregularidades envolvendo os contratos da empresa de Douglas Bernardo com diversas prefeituras, câmaras municipais e fundos municipais de saúde nos municípios paraibanos.
Foram exatamente R$ 21.154.152,70 arrecadados pela Meta Investimentos, que atuava com o fornecimento de uma grande variedade de produtos.
Operação Feira de Mangaio
A Operação Feira de Mangaio, deflagrada na manhã desta quarta-feira (23), busca desarticular um grupo criminoso especializado em fraudar processos licitatórios em diversas prefeituras da Paraíba. O Gaeco do Ministério Público da Paraíba (MPPB), junto a outros orgãos reguladores, cumpriram oito mandados de busca e apreensão em João Pessoa e Cabedelo.
De acordo com informações obtidas pelo ClickPB, são alvos da operação duas empresas: Meta Comércio e Serviços Eireli (Meta Investimentos) e HML Comercial Ltda (Rei dos Esportes), ambas localizadas na capital paraibana.
Também são investigados cinco pessoas: Douglas Bernardo Azevedo (sócio da Meta Investimentos), Olivan Teles Bezerra Neto, Douglas de Araújo Gomes, Tyrone de Araújo Gomes e Gisele Costa Gomes.
Caso confirmados, as irregularidades praticadas podem ter acarretado desvios de recursos em diversas áreas, a exemplo do desenvolvimento esportivo de estudantes das redes municipais de ensino e da prestação de serviços de saúde.
Na Operação Feira de Mangaio, o trabalho conta com a participação de cinco promotores de Justiça do MPPB, cinco auditores da CGU, cinco auditores do TCE-PB, oito auditores da SEFAZ e de 66 policiais civis e militares.
Respostas
O Portal ClickPB disponibiliza o endereço de e-mail redacao@clickpb.com.br para receber posicionamento de cada um dos denunciados, possibilitando, assim, a divulgação de todas as versões dos citados.
O que dizem os investigados
As prefeituras de Cabedelo e de Conde, a Câmara Municipal de Cabedelo e as defesas de Douglas Bernado e de Tyrone de Araújo Gomes, dois dos cinco investigados pelo Gaeco, divulgaram notas sobre suas citações na Operação Feira de Mangaio. Confira abaixo todas elas:
- Prefeitura de Cabedelo
A Prefeitura Municipal de Cabedelo informa que a Operação “Feira de Mangaio”, deflagrada na manhã desta quarta-feira (23), pelo Gaeco em diversas cidades da Paraíba, não tem qualquer relação com a Prefeitura de Cabedelo.
A operação investiga exclusivamente a empresa.
A Prefeitura de Cabedelo esclarece que não houve nenhum mandado de busca e apreensão, mas colaborando com as investigações, atendeu a solicitação de cópia de dois processos administrativos - pregões presenciais cujas sessões foram transmitidas ao vivo pela internet, assim como todos os demais processos licitatórios realizados neste município.
A gestão reitera o apoio a todo e qualquer tipo de Operação que vise desarticular irregularidades cometidas contra o erário público.
- Prefeitura de Conde
A Prefeitura de Conde esclarece que os dois contratos alvos da investigação deflagrada na manhã desta quarta-feira (23), pelo Ministério Público da Paraíba e pela Controladoria-Geral da União (CGU), no município tratam-se dos pregões de números 43 e 44 do ano de 2018, na gestão da ex-prefeita Márcia Lucena, conforme documento do Ministério Público.
Os empenhos realizados pelo município foram relativos a Restos a Pagar correspondente aos contratos daquele ano para a aquisição de kits escolares.
O procurador geral do município, Marcos Ramalho, acompanhou toda a ação de busca e apreensão de documentos nesta manhã e ressaltou que a Prefeitura está a disposição dos órgãos de controle para prestar todos os esclarecimentos necessários, contribuindo com as investigações e, na expectativa, que os possíveis envolvidos no suposto grupo especializado em fraudes de procedimentos licitatórios, sejam punidos.
- Câmara Municipal de Cabedelo
A Câmara Municipal de Cabedelo informa que o Ministério Público da Paraíba requisitou acesso e cópias do Processo Pregão Presencial nº 09/2019 que, de imediato, foram integralmente disponibilizados aos órgãos de fiscalização.
A documentação requisitada é referente à contrato celebrado na administração passada, não tendo qualquer tipo de relação com a atual que procedeu a rescisão unilateral.
É importante registrar que a Câmara Municipal de Cabedelo, Vereadores e seus Servidores não foram alvos de mandado de busca e apreensão ou qualquer medida restritiva.
Por fim, a Câmara Municipal de Cabedelo se coloca à disposição das autoridades públicas para auxiliar no que for necessário as investigações.
Cabedelo, 23 de fevereiro de 2022.
Ver. André CoutinhoPresidente
- Tyrone de Araújo Gomes
A defesa de Tyrone de Araújo Gomes esclarece que seu cliente foi surpreendido, na data de hoje, com uma medida de Busca e Apreensão Criminal proferida pelo Juízo Criminal de Cabedelo, em segredo de justiça, sem qualquer respaldo fático, em que a acusação distorce fatos e verdades sobre ele.
O investigado está tranquilo, à disposição da Justiça e pronto para colaborar com a busca da verdade, apenas aguardando que lhe seja deferido acesso à integralidade do processo criminal para que possa exercer seu contraditório sobre os fatos, não abrindo mão de exercer o seu amplo, sagrado e constitucional direito de defesa.
- Douglas Bernardo Azevedo
A defesa de DOUGLAS BERNARDO AZEVEDO, representante legal da Empresa Meta Serviço e Comércio EIRELI, vem, através desta, apresentar esclarecimentos acerca da operação deflagrada no dia de hoje, 23/02/2022, denominada “Operação Feira de Mangaio”, que objetivou apurar possíveis irregularidades em procedimentos licitatórios em órgãos públicos. O Sr. Douglas Bernardo Azevedo, alvo de um dos oito mandados de busca e apreensão da citada operação, está tranquilo e confiante na justiça.
Reitera que não praticou qualquer ato ilícito e todos os seus contratos firmados com o poder público, obedeceram a todos os requisitos legais aplicáveis.
A defesa ainda não teve acesso ao material que ensejou o deferimento do magistrado às buscas e apreensões, por esse motivo, só se pronunciará acerca quando tiver acesso aos autos em sua integralidade.
No mais, seguimos confiando na justiça, e, acreditando que todos os esclarecimentos pertinentes serão demonstrados no procedimento investigatório.
Por Click Pb
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