Análise: A eleição de 24 em Marí e a lição que Adriano Galdino dar à políticos sem sobrenome familiar

 

Foto Reprodução

A polarização política nas cidades de interior é fator predominante nas disputas eleitorais ao longo dos anos. Em Marí, cidade próxima a capital paraibana mas com forte influência do interiorismo político do nordeste, há décadas convive com a polarização que elimina o surgimento de novas lideranças e põe no poder figuras de sobrenomes familiares.

Em maio do ano passado ExpressoPB.net conseguiu traçar um perfil da dinastia familiar que desde sua emancipação mantém essa predominância na disputa política local. Começou com a família Tomé de Arruda, passou pela família Melo, seguiu com a família Pontes e atualmente tem se revezado entre as famílias Martins e Gomes, mais precisamente desde o ano 2000, ou seja, 24 anos que eles se alternam, uma hora se apoiando, em outra disputando entre si.

Com o pleito eleitoral novamente batendo a porta, outra vez a conhecida polarização tenta se impor na disputa e ambas as famílias detentoras dessa revanche estão prontas para a guerra e para se manterem passam a desacreditar as novas opções que surgem para o eleitorado tentando impor um ‘sistema dual’ onde só quem pode participar do processo eleitoral são essas duas famílias.

Contradizendo o que eles afirmam, vem da Assembleia, mais precisamente do deputado estadual, Adriano Galdino, a lição de que o povo não tem dono, mas que pode ser protagonista de seu próprio destino. Foi ele que em Pocinhos, desconstruiu a tal polarização local entre duas famílias tradicionais e se elegeu prefeito em uma candidatura tida como fora da curva e desacreditada pela turma da polarização.

O depoimento de Adriano foi dado a um grupo de jovens na semana passada durante visita deles a AL. Adriano chegou a emocionar uma das adolescentes que participava do encontra com sua história de superação diante das dificuldades.

A regra de Adriano é simples, aplicá-la é difícil, mas totalmente possível, sobretudo quando se trata de uma população que nos últimos 24 anos assiste o poder público se transformando em negócios privados, onde entes familiares e alguns poucos privilegiados do convívio dessas famílias se tornam donos da maquina pública e divide as suas benesses entre os seus, a seu bel prazer e vontade em detrimento de toda uma sociedade.

No caso específico de Marí, surge uma possibilidade real de por fim a polarização, mas enfrenta uma forte resistência da velha política local, sobretudo de políticos que sempre se beneficiaram junto com essas famílias da polarização, quando não estão com os Martins se jogam nos braços dos Gomes.

Se puxarmos o olhar no retrovisor um pouco mais atrás poderemos avistar figuras que se sustentam na maquina pública desde 1992, incentivando e construindo polarizações para garantir facilidades ao longo de toda uma geração.

A lição de Galdino vale uma reflexão, não só para Marí, mas para outras cidades que convive com essa ‘desgraça’ chamada polarização politica e familiar.

Redação/ExpressoPB

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