SÍMBOLO DOS ANOS 90: RELEMBRE A MARCANTE TRAJETÓRIA DE 'TIAZINHA'
A intérprete Suzana Alves sofreu com uma crise de identidade no auge da popularização da personagem
Em um mundo distante do uso popular da internet, a construção de figuras populares se dava, principalmente, pela exposição em grandes veículos. Não era diferente com os padrões de beleza e sexualidade — tendo um deles como figura máxima durante o final da década de 1990 até a entrada do novo milênio.
A quimérica Tiazinha, trajando cinta-liga, máscara ao redor dos olhos e um chicote, se tornou a maior sex-symbol do Brasil na virada do século. Surgiu no Programa H, que era apresentado por Luciano Huck diariamente nas tardes da Bandeirantes.
A moça de cabelos pretos e corpo magro, chamava a atenção jovens que compunham a plateia. De acordo com a Folha, a ideia da personagem partiu do próprio apresentador e de Paulo Lima, fundador da revista Trip.
Juntos, convidaram a jovem em fevereiro de 1998 para compor alguns quadros do programa, sendo o mais popular deles um quiz onde o participante era depilado pela Tiazinha em caso de erro na resposta. Porém, a marca ultrapassou o programa de maneira meteórica.
O produto Tiazinha
Em reportagem da revista Istoé Gente, sua representação comercial tomou ainda mais força no ano seguinte, quando o músico Vinny lançou uma música-tema para a personagem no álbum "Tiazinha Faz a Festa", que vendeu menos de 250 mil cópias — além de realizar apresentações musicais por todo o país e até em outras emissoras de TV.
Além disso, já tinha mais de 100 produtos licenciados, como o Tamanquinho da Tiazinha, que vinha com máscara e chicote, e inserções em chicletes e álbum de figurinhas.
Chegou a ter seu próprio programa na Band, chamado “As Aventuras da Tiazinha”, uma série pós-apocalíptica de ação semelhante ao jogo Metal Gear Solid, outro sucesso do final da década de 1990.
O sucesso também reverberou nas bancas com três edições da Playboy, sendo a primeira a vice-líder em vendas na história da revista, com 1,2 milhão de exemplares vendidos, informou a Folha.
Porém, com a saída de Luciano da emissora, a intérprete Suzana Alves sentiu a necessidade de mudar a imagem, de maneira que o personagem não se tornasse um sinônimo de sua vida pessoal e profissional como atriz — que seguia desde a infância.
Desgaste de imagem
Decidiu por interromper a exploração da personagem em 2000 ao evitar a renovação de contrato na Bandeirantes, cumprindo com a agenda restante.
A ausência de privacidade ainda com menos de 20 anos resultou em uma crise de identidade que a afastou por meses dos veículos, retomando a carreira como repórter e, posteriormente, firmando-se no teatro, onde chegou a interpretar Bela no aclamado espetáculo ‘A Bela e a Fera’.
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