Lula dá início a série de encontros políticos em Brasília e discute aliança no RJ com Freixo para 2022

 O primeiro item da pauta foi a formação de uma grande aliança para 2022 no Rio de Janeiro, base eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (Foto: Reprodução)

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu início nesta segunda-feira (3) a uma série de encontros políticos em Brasília. O primeiro item da pauta foi a formação de uma grande aliança para 2022 no Rio de Janeiro, base eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Durante mais de uma hora, Lula recebeu em um hotel no centro da cidade o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), que pretende disputar o governo do Rio como candidato de uma aliança que envolveria desde o PT a nomes de partidos de centro-direita, como o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM).

"É meu desejo que a gente faça uma frente ampla para derrotar Bolsonaro no Rio e no Brasil. Derrotar Bolsonaro não é um projeto da esquerda, é um projeto civilizatório, democrático, da vida. É uma responsabilidade que tem que ser de todo o campo progressista, o PT dentro dele, evidente, mas também de um campo democrático", disse Freixo ao deixar a reunião com o petista.

De acordo com o deputado, Lula demonstrou disposição para formar alianças nos estados. O ex-presidente não se manifestou após o encontro.

Nesta terça-feira (4), Lula conversará com o líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), que aparece como nome para disputar o Senado neste esboço de aliança.

Um encontro com Maia ainda está sendo costurado por interlocutores do petista. Maia é um dos principais nomes do DEM, mas desentendeu-se com correligionários no início deste ano por causa da disputa pela presidência da Câmara. Pessoas próximas ao deputado especulam que ele pode migrar para o MDB.

Também nesta terça, Lula deve conversar com senadores ao longo do dia no bunker que montou em um hotel no centro de Brasília.

Ao longo da semana, ele deve deixar o local para fazer uma visita ao ex-presidente José Sarney (MDB), que, na semana passada, recebeu Bolsonaro em sua casa na capital federal.
Havia expectativa de que Lula também tivesse uma conversa com Renan Calheiros (MDB-AL), mas interlocutores do senador dizem descartar esta ideia por causa da CPI da Covid.

Renan é relator da comissão parlamentar de inquérito do Senado e, para estes aliados, um encontro com Lula poderia trazer mais dor de cabeça ao parlamentar, que já é alvo de bolsonaristas por ter assumido o posto mesmo sendo pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB). O repasse de recursos federais aos estados é um dos alvos da CPI.

Lula chegou a Brasília no fim da tarde desta segunda-feira em um jatinho. Dois carros e uma van foram até a aeronave para buscar o ex-presidente e sua comitiva, que inclui a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, derrotado por Bolsonaro na eleição presidencial de 2018. Eles entraram no hotel pela garagem, evitando o contato com a imprensa.

A agenda de Lula está sendo mantida sob sigilo, mas também inclui visitas a embaixadas. Nesta segunda, ele foi à da Alemanha. Há expectativa de que, ao longo desta semana, ele converse também com os embaixadores da Argentina, da Rússia e do Reino Unido.

De acordo com políticos próximos, a ideia é discutir a aquisição de vacinas para Covid e mostrar que, para ele, é possível viabilizar um auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia.

No ano passado, foram cinco parcelas de R$ 600 e quatro de R$ 300. Os desembolsos dobravam para mães chefes de família. Foram gastos R$ 293 bilhões para atender 67,9 milhões de pessoas.

Em abril deste ano, o governo começou a pagar quatro parcelas de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375. O valor depende do tamanho da família. O governo prevê um gasto de R$ 44 bilhões para atender 45,6 milhões pessoas.

"Há recurso para que a gente consiga pagar um auxílio que não leve as pessoas à fome nem a terem que sair de casa. O governo precisa saber o que é prioridade. É um endividamento necessário. Esta é a diferença entre o Estado e o mercado", disse Freixo.

Parlamentares do PT defendem que, para financiar a proposta, sejam aprovados os projetos do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) ou do senador Rogério Carvalho (PT-SE) que determinam que, durante a calamidade pública decorrente da pandemia, o lucro contábil do Banco Central seja destinado ao Tesouro Nacional, com periodicidade mensal e destinação ao fortalecimento do SUS, à preservação de renda de trabalhadores formais e informais, à manutenção de micro e pequenas empresas, ao financiamento de pesquisa científica entre outros.

Sempre que menciona os que pedem um valor maior da parcela do auxílio emergencial, Bolsonaro diz que o pagamento do benefício é endividamento e que governadores e prefeitos poderiam usar seus caixas para complementar o pagamento federal.

CLICK PB/ FOLHASPRESS

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