Quase 690 mil paraibanos ficam fora da nova rodada do auxílio emergencial

 Agora, benefício tem parcelas de R$ 150 a R$ 375, dependendo da famíliaDinheiro

Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

Na Paraíba, 689.700 teriam sido cortados da nova rodada do auxílio emergencial, que começou a ser paga em abril passado. Os dados são do Movimento Renda Básica que Queremos, responsável pela campanha #auxilioateofimdapandemia, a partir de números divulgados pelo Ministério da Cidadania. As informações são da jornalista da Rede Correio Sat, Sony Lacerda, em seu blog.

Em relação às pessoas beneficiadas – 1.292.267 – com a rodada emergencial, no fim de 2020, hoje são 848.266 recebendo o auxílio na Paraíba. O benefício tem parcelas de R$ 150 a R$ 375, dependendo da família. O valor também sofreu redução, em relação às rodadas anteriores, que era de R$ 600.

No ano passado, foram beneficiadas 68 milhões de pessoas. Neste ano, ficarão sem o benefício 29 milhões de brasileiros, justamente, os mais vulneráveis. Ou seja, quase metade dos que receberam no ano passado (43%). Em alguns estados, como em Minas Gerais, os cortes atingiram mais da metade do público de 2020, com redução de 52% na base de beneficiários. Em São Paulo, são mais de 5,7 milhões de beneficiários a menos.

Segundo a diretora de Relações Institucionais da Rede Brasileira de Renda Básica, Paola Carvalho, uma das 300 organizações que participam da campanha, é muito cruel, neste momento de agravamento da pandemia e no qual as pessoas precisam ficar em casa para preservar a sua saúde, deixar de prestar socorro aos mais vulneráveis.

O novo valor do auxílio emergencial não é suficiente para comprar sequer 25% da cesta básica. O corte terá efeitos também sobre a economia, especialmente o comércio, que luta para sobreviver diante de sucessivas restrições de funcionamento.

No ano passado, o auxílio emergencial ajudou a injetar R$ 294 bilhões, creditados para mais de 68,2 milhões de pessoas que receberam ao menos uma parcela. Pesquisas indicam que 53% desse total foram destinados à compra de mantimentos. Os mais impactados serão os trabalhadores informais, MEI e desempregados.

Com o fim do benefício, em dezembro do ano passado, quase 27 milhões de pessoas voltaram à pobreza extrema no país, sem conseguir garantir o sustento de suas famílias. Agora, sem emprego e sem o auxílio, Paola teme que mais pessoas atravessem a linha da miséria, pois ainda não há trabalho nem perspectivas a médio prazo. Atualmente, o Brasil convive com o recorde de mais de 14 milhões de desempregados e 417 mil mortos pela Covid-19.

Portal Correio

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